Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro
Não é fácil lidar com a morte de um bichinho de estimação. Mesmo nós, adultos, muitas vezes sofremos bastante. Para algumas crianças pode ser mais difícil ainda, dependendo do apego que ela tinha com o pet.
Para as crianças que já nascem na companhia de um animalzinho em casa, ou aquelas que o ganham ainda muito pequenas, muitas vezes o pet será o seu primeiro “amigo”, aquele com quem ela divide brincadeiras e aprende a depositar o seu afeto.
Muitas vezes o sofrimento da criança pode ser maior pelo fato de ela ainda não ter aprendido a lidar com as suas emoções, não compreender muito bem o que está sentindo, quando esses sentimentos irão passar e nem entender muito bem o processo de morte do bichinho. Esse é o momento de auxiliar a criança nestes aspectos.
Uma boa dica é falar a respeito do assunto com a criança. As mais novas podem ter certas dificuldades para expressar o que estão sentindo, então converse, pergunte se ela está triste, diga que é normal que as pessoas fiquem tristes às vezes, mas que isso vai passar. Fale a respeito da morte do bichinho também (se a criança for muito nova, pode explicar que o pet foi para “o céu dos bichinhos” por exemplo). Nunca minta para a criança, dizendo que o bichinho foi passear ou algo do tipo, isso não contribui para que a criança aprenda a lidar com a sua dor ou compreenda a situação, pelo contrário, pode deixa-la mais confusa, sem entender por que o seu bichinho simplesmente “foi embora” e até se sentir culpada por isso. Se a criança for mais velha (acima de 7 anos mais ou menos), a explicação pode ser mais precisa e clara, mas sempre com delicadeza.
É preciso respeitar também o sentimento de luto da criança, jamais desvalorizar o que ela está sentindo ou dizer que “era só um bichinho”, pois para ela, aquele animal pode ter um significado especial e é preciso levar isso em consideração. Deixe que a criança vivencie este momento sem tentar evita-lo ou banaliza-lo. Outra dica é fazer com que a criança presencie o “enterro” do bichinho (claro, sem força-la! Apenas se ela se sentir à vontade para tal). Assim ela poderá compreender melhor o processo, o que ajudará a elaborar a perda.
Caso esteja pensando em dar outro bichinho à criança após a morte do anterior, tente esperar algum tempo, até que a criança tenha superado e elaborado sua perda e não encare a chegada do novo pet como uma “substituição”.
O diálogo é sempre o melhor caminho para que a criança aprenda a lidar e a compreender as suas emoções e reações.
Ao falar sobre a morte do bichinho, pode ser que a criança questione também sobre a morte de entes queridos (dos pais, por exemplo) e passe a refletir sobre isso. Aqui, de novo, é importante falar abertamente, sem mentir. A criança consegue compreender bem este processo quando tratado da maneira adequada, sem fantasiar demais, dramatizar ou tentar enganá-la.
Se quiser saber mais sobre como falar acerca da morte com as crianças, veja a nossa dica de leitura, já publicada aqui no blog: “Livro ajuda a falar sobre morte com as crianças”.
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Sobre a autora:
Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, idealizadora e editora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556