Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro
Não é fácil para os pais verem seus filhos frustrados, insatisfeitos ou tristes, ainda mais quando o tempo de convivência em família é limitado. Os pais querem aproveitar o tempo junto com as crianças e, muitas vezes, acabam cedendo às vontades dos pequenos de forma constante. E não apenas isso, é comum também que a família tente ao máximo evitar a tristeza e o sofrimento da criança, compensando os momentos ruins de diversas formas, seja oferecendo brinquedos, doces, guloseimas, ou até mesmo evitando falar sobre o assunto, numa tentativa de poupar a criança de vivenciar uma experiência ruim.
Apesar de trazer certo conforto para os pais, essas medidas não são saudáveis para o desenvolvimento da criança. É fundamental que, ainda na infância, a frustração seja trabalhada para que seja um alicerce para as experiências da adolescência e da vida adulta.
É muito provável que um adulto que foi poupado do sofrimento ou que recebeu poucos “nãos” durante a infância, tenha dificuldades para lidar com perdas e com os “nãos” das etapas seguintes da vida. Como resultado: muito sofrimento na vida pessoal e social – já que esta pessoa está acostumada a ter suas vontades atendidas e nem todo mundo estará disposto a fazer isso por ela.
Além disso, há pouquíssima habilidade em lidar com os desafios e dificuldades da vida adulta, já que foi sempre poupada do sofrimento enquanto criança.
É muito importante que, além de compreender que os doces não estão sempre à disposição, por exemplo, a criança aprenda a não criar “sistemas de recompensa” para os momentos ruins (se estou triste, posso ter um brinquedo novo para ficar mais alegre / se estou frustrado, posso comer alguns brigadeiros para me sentir melhor) e que aprenda a lidar de verdade com essas dificuldades, entendendo e resolvendo o problema. Muitos adultos utilizam estes “sistemas de recompensa” (ainda vamos falar mais sobre este assunto por aqui) descontando suas frustrações na comida, nas compras e outros. É essencial que isso seja trabalhado e não transmitido para as novas gerações, evitando muitos problemas e muito sofrimento.
Sobre a autora:
Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
Gostou deste conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!
Cadastre-se também na opção “Seguir Psicologia Acessível”e receba os posts em seu e-mail!
Sobre o Psicologia Acessível (saiba mais aqui).
.
Excelente!!
Muito bom falarmos sobre isso.
Tomarei a liberdade de compartilhar o texto, sinto um pouco de resistência em alguns pais, o que mostra como o tema é relevante.
Conversemos sobre isso, para criarmos adultos criativos!
CurtirCurtir
Olá Andréa, sinta-se sempre à vontade para compartilhar os conteúdos que considerar relevantes! Realmente é um assunto que precisamos trabalhar bastante, dentro e fora do consultório. “Criar adultos criativos” é uma ótima expressão para este tema! Abraços e obrigada por comentar!!
CurtirCurtir
Muito legal, estou adorando seu blog. É muito educativo. Parabéns pelo blog. Melo
CurtirCurtir
Olá Melo, que bom que está gostando! Fico muito feliz com seu comentário e sua presença por aqui! Forte abraço!!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Bom dia! Adorei o post, mas fique com uma dúvida: na prática, como ensinar as crianças a lidarem com a frustração? Abraço!
CurtirCurtir
Olá Nayara, obrigada por comentar!
O que é sugerido é que a criança não seja sempre poupada do sofrimento. Muito adultos evitam falar, por exemplo, sobre a morte de pessoas próximas ou até bichinhos de estimação com a criança, buscando poupá-la de lidar com este momento ruim e criando uma história fantasiosa para que ela não sofra. Neste caso exemplificado, o ideal seria falar com a criança francamente sobre o acontecimento, ajudando-a a compreender o que aconteceu e ajudando-a a perceber que é preciso lidar com um momento ruim ou triste às vezes, mas que isso irá passar. Ainda, não compensar momentos tristes ou de angústia/ansiedade com outras coisas, como presentes, guloseimas… o que não irá resolver o problema em si, apenas ensinará a criança a descontar suas frustrações em algo que pode ser prejudicial a ela. O uso do “não” nos momentos certos também é muito importante, para que a criança aprenda a respeitar limites e saber que nem sempre é possível ter o que deseja, no momento em que deseja. É claro que até mesmo o “não” em excesso pode ser prejudicial (neste caso, conta o bom senso).
Caso tenha mais dúvidas, pode enviar um e-mail para psicologiaacessivel@outlook.com
Abraços!!
CurtirCurtir
Olá, Ane!! Muito obrigada pelo retorno!! Esclareceu bastante a minha dúvida!!! Parabéns pelo trabalho! Continuo acompanhando o blog! Abraços!
CurtirCurtir
Imagine, Nayara! Obrigada por continuar acompanhando!! Estou à disposição! Forte abraço!!
CurtirCurtir