Por: Joseane Barreto
A Psicologia no Brasil é uma profissão relativamente jovem, apesar de ser possível observar sua presença desde 1830, sendo a profissão de Psicólogo apenas regulamentada no ano de 1962. Se comparada às outras ciências, podemos afirmar que vivemos a infância da Psicologia no nosso país.
Desde o berço, a atuação do Psicólogo ficou enclausurada no modelo clínico tradicional, uma psicologia para poucos, para as elites. A profissão se estabelece no Brasil em um momento de mudanças significativas, nas quais os movimentos sociais tiveram um papel essencial na reformulação política do país.
A partir da Constituição de 1988, surge a Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS nº 8742, 1993, que passa a regulamentar o Sistema Único de Assistência Social. Muito mais que um texto oficial, a LOAS refere-se a um conjunto de ideias, concepções e direitos que introduz uma nova forma de pensar e de atuar na assistência social.
Uma nova forma de pensar em questões sociais foi inaugurada a partir daquele momento, criando para os Psicólogos a necessidade de posicionar-se socialmente e, por meio desse posicionamento, construir um novo lugar para a Psicologia no Brasil. Espaços de trabalho foram abertos, novas formas de atuar foram tomando o lugar da tradicional clínica para as elites, assumindo assim uma nova relação com a sociedade.
A assistência social no Brasil passa da caridade ao direito. Diante dessas recentes mudanças, o Psicólogo que atua no Sistema Único de Assistência Social tem como primeiro desafio compreender qual o lugar da Psicologia no âmbito das políticas de assistência. A pergunta é: afinal, como a ciência psicológica pode contribuir para o fortalecimento do SUAS e para a diminuição das desigualdades sociais?
Dentre as possibilidades de contribuição da Psicologia, podemos destacar a participação ativa na formulação das políticas sociais, a participação em pesquisas e discussões que repensem as práticas nos equipamentos assistenciais e que colaborem para a superação dos antecedentes históricos da prática socioassistencial (ista), fortalecendo assim o modelo do SUAS.
Diante de todos os desafios encontrados na construção do fazer do Psicólogo no SUAS, o profissional deve buscar uma compreensão dos fenômenos sociopsicológicos que atravessam o trabalho na assistência e trabalhar para construção da emancipação e do protagonismo social da população.
Um artigo não daria conta de abordar todas as implicações e possibilidades do trabalho do psicólogo no Sistema Único de Assistência Social, muitos aspectos precisariam ser discutidos separadamente, mas cumpre o papel de ressaltar o importante papel da Psicologia na construção de uma sociedade mais justa.
Joseane Barreto – Psicóloga CRP 19/2970
Formada pela Faculdade Pio Décimo. Possui capacitação na área de assistência a crianças e adolescentes em situação de risco; SUAS – Sistema Único de Assistência Social; e capacitação no Sistema de Detecção do Uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas. Idealizadora do Projeto Escutar – Psicologia a serviço da comunidade. É psicoterapeuta na abordagem Cognitivo-Comportamental e atende crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Atende na Clínica Plenum Saúde Integrada. Rua Deputado Euclides Paes Mendonça, 784. Bairro Salgado Filho – Aracaju/SE.
Contatos:
(79) 99946 0151 / 98871 4738
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Imagem: SUAS – Sistema Único de Assistência Social
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Sobre a autora deste blog:
Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, idealizadora e editora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556
Tenho uma sobrinha com deficiência intelectual (retardo mental leve- epilética controlada por remédios), se fosse possível ampliar o artigo de hoje e mais artigos sobre o caso dela seria muito valioso. grata. Miriam
Faz acompanhamento com T.O e Pisicóloga.
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Olá Miriam, obrigada pelo comentário e pela sugestão!
Vamos sim abordar mais o tema por aqui. Um abraço!!
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