Desde o tempo em que os pais eram os responsáveis pela escolha dos cônjuges para o casamento, muita coisa mudou e o imperativo dos contos de fadas parece quase improvável. Hoje parece que nada dura para sempre, senão que nada dura. As coisas são feitas para o uso e logo o desuso. A substituição é constante e os sentimentos muitas vezes estão envolvidos nessa mesma ordem.
O amor também virou um produto? Às vezes parece que sim. Com as relações cada vez mais fugazes, rápidas e muitas vezes nefastas, há quem diga que viver feliz já é uma impossibilidade e para sempre, então, uma utopia e junto de alguém, quase uma piada. Se no passado havia apenas uma opção: o príncipe encantado, a princesa mais linda, o par perfeito, hoje as opções são muitas. Nos aplicativos de relacionamento se pode escolher quase tudo: gênero, idade, condição social e intelectual, cor dos olhos.
Na contemporaneidade algumas belas estão mais para feras, alguns príncipes perderam a coragem, o amor anda adormecido. Por outro lado, o desamparo é tanto que ninguém mais suporta a solidão, ainda que momentânea. Todo mundo quer alguém para passar algumas horas, meses, anos, quem sabe uma vida inteira? Sim, eis uma contradição: por mais que se vislumbre a possibilidade de variar, de trocar de príncipe ou de princesa infinitamente, há muita gente por aí (e quem sabe todos nós) atrás do amor verdadeiro. Amor verdadeiro? Pois é. Não será todo amor verdadeiro? Ou será mesmo verdadeiro o amor?
Enfim, questionamentos à parte ainda vale a frase “que seja eterno enquanto dure” e o desejo é de que dure para sempre, pois ninguém ama para um dia desamar. Ama-se na intenção de que seja eterno, de que seja recíproco e de que seja bom. Por isso se sofre tanto no final dos relacionamentos, pela perda da ilusão da eternidade, entre outras coisas.
Então, como é possível em um momento de relações tão dinâmicas, a durabilidade de um relacionamento amoroso? Pois bem, inicialmente é necessário que cada um mantenha a sua individualidade, pois a fusão completa, o grude total, a indiferenciação trazem mais danos do que benefícios ao relacionamento. No entanto, é necessário um certo grau de convergência, de ligação, de coisas em comum. Os relacionamentos devem ser recheados de sonhos, de projetos em comum. Para que exista um futuro é preciso vislumbrá-lo, construí-lo.
Além disso, o relacionamento passa por diversas fases, umas ótimas, umas boas e outras nem tanto. Momentos de crise são inevitáveis e podem ser aproveitados para o amadurecimento da relação e fortalecimento do amor. Por fim, o amor próprio está na base de tudo, somente consegue amar o outro e permite ser amado quem ama a si mesmo.
Colunista:
Susana Joaquim Rodrigues
CRP 07/15823
Psicóloga com atuação clínica, especialista em Educação Especial e Inclusiva, membro da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul.
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Perfeito! Só por ser amor já é infinito em nós…enquanto durar.
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Olá Alda! Que bom que gostou! Obrigada por comentar. Abraços!!
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Com certeza, Alda. Abraço.
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