Por: Cris da Rocha
Agora à tarde estava relembrando coisas da minha infância. Vi tantas coisas e interagi com estas coisas, como nenhuma criança que vive hoje no século XXI.
Amava pegar joaninhas com as mãos e ficar olhando para as suas cores. Cheias de pintinhas e bastante rápidas, elas conseguiam fugir da mão de qualquer pessoa. Comigo era um pouco diferente. Eu a colocava sobre a parte de cima da mão e ela ficava ali paradinha. Acho que ela se sentia um pouco mais livre. Ou tinha esta sensação. O cheiro dela eu não gostava, mas amava ter joaninhas. Eu tinha o hábito enquanto criança, de pegar um vidro e encher de Joaninhas. Era uma diversão. Elas voavam dentro do vidro com uma vontade… Nunca matei uma joaninha, mas já cheguei pensar que de certa forma a fazia sofrer, porque ela gostava de voar…ir pra onde quisesse. Isso era vida pra ela.
Onde há vida há de ter liberdade para se viver. Viver livre e criar formas de sobrevivência e ir se transformando a ponto de quem sabe virar uma joaninha mais tecnológica, moderna e, quem sabe, ela pode ir passando por mutações e até se tornar mais colorida, ou maior.
A interação pode causar isso. Mudanças! Com os seres humanos é assim. Quando eles interagem, aprendem coisas novas. Eles podem modificar comportamentos e acrescentar mudanças na vida dos outros também. Temos a nossa cultura, a nossa forma de ser biologicamente, temos traços e comportamentos aprendidos em várias esferas da vida. Mas o grande ganho é quando fazemos interações. Sempre teremos algo que aprender. Na minha relação com a joaninha, aprendi, por exemplo, que ela precisava ficar livre. Enganosa era a liberdade dentro de um vidro, mesmo sem tampa… ou sobre a minha mão. Ela precisava voar por aí, interagir, ser livre para estar onde quisesse estar. Migrando de um polo a outro e sendo feliz.
Sejamos parecidos com a joaninha lá da minha infância. Vamos viver criando oportunidades de interagirmos com o mundo. Ninguém nasceu pra viver preso em seus pensamentos, nem dentro de um casulo, muito menos para viver só. Sempre precisaremos dos outros. As pessoas sempre serão um espelho onde poderemos nos olhar, embora nem sempre se enxergar. Mas certamente são nessas relações que vamos nos modificando e, talvez até encontrando a pessoa que sempre buscamos em nós e que ainda não encontramos.
Imagem: Pinterest
Colunista
Ana Cristina Vieira de Souza
(Cris da Rocha)
São Gonçalo – RJ
Professora d0 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental;
Formada desde 2007 em Pedagogia;
Especialização em Educação: Orientação Educacional, Supervisão e Administração Escolar, 2008;
Já atuou como Orientadora Educacional na rede pública de Ensino do Município de Itaboraí do 1º ao 9º ano;
Trabalha com crianças e adolescentes no Projeto Sala de Leitura, onde atua como professora de Literatura, estimulando crianças e adolescentes ao desejo e hábito de ler.
Atualmente é estudante do curso de Psicologia nas Faculdades Integradas – FAMATH, em Niterói.
Contato: prof-anacris@hotmail.com
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
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Eu sou uma joaninha dentro do vidro…
Quero saiiiiiiiir…
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Oi Dalva! Pois é, muitos de nós em alguns momentos da vida nos sentimos exatamente assim… é preciso mesmo “sair do vidro”!
Um apoio psicológico pode te ajudar, viu? Um abraço!!
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