Por Cleunice Paez
Instabilidade emocional, a palavra mais certa para este transtorno. Afetos e comportamentos confusos e incompreensíveis, esta é a realidade de um Borderline. Consideráveis prejuízos e alto risco de suicídio. Border, estar na linha, na borda.
Este transtorno talvez seja um dos mais complicados, possuem grande dificuldade em concluir tarefas e instabilidade emocional, muita crises de identidade e muitas vezes acompanhadas de automutilações e ferimentos, abuso de drogas e psicotrópicos. Suas relações amorosas são baseadas na intensidade em tudo, assim como alternâncias na alegria e tristeza aos extremos.
São pessoas conhecidas por comportamentos impulsivos e às vezes agressivos. O borderline tem dificuldades vindas de uma infância desorganizada mentalmente, assim como a inconstância no apego com os pais, este visto como segurança e em outros momentos como ameaçador e medo.
Na maioria dos casos de borderline os pais eram punitivos, tiveram alguma experiência traumática ou houve erro de processamento de pensamento. Estes traumas desencadeiam uma vida cheia de esforços para evitar o abandono seja real ou imaginário.
A impulsividade é um dos grandes alertas, pois podem desencadear vícios e até comportamentos perigosos, as perturbações de identidade e de sentimentos, fazem com que suas reações sejam imprevisíveis. Os afetos geram muita ansiedade e irritabilidade, mudando seu humor de um momento para outro. Sentimentos de vazio se tornam crônicos por serem intensos, aumentam o apego sufocando o outro, ou ao extremo, se torna raiva.
O excesso de emoções do borderline pode liberar opióides, uma espécie de analgésico natural que o corpo produz, capaz de diminuir a dor durante as mutilações em momentos de alta tensão emocional. O corpo fica condicionado a liberar este analgésico em todos os momentos que se sentir tenso, fortalecendo o comportamento repetitivo de automutilação.
De acordo com a terapia cognitiva comportamental, o borderline possui frequentemente pensamento do tipo tudo ou nada, designado como pensamento dicotômico, visto como um erro cognitivo.
O que a terapia cognitiva comportamental oferece é organizar quais os fatores são ameaçadores, questões de risco e todo o processamento de erros de pensamento que podem ser trabalhados em terapia.
Desde que ocorra a colaboração do paciente, pode-se conseguir identificar os desencadeadores de situações estressoras e ressignificar momentos novos.
Muitas vezes o borderline se envolve com parceiros que partilham dos esquemas do transtorno, mantendo um relacionamento instável e em constante conflito. Como isso pode modificar comportamentos e alterar até a dinâmica do relacionamento, pode ser necessário terapia de casal ou individual do parceiro, para que quebre o círculo vicioso e assim realizem novos comportamentos frente a conflitos.
Imagem capa: Pinterest
Colunista:
Cleunice Paez
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Psicóloga pela UNIP
Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental – CETCC
Especialista em Psicologia Jurídica – UNICID
São Paulo- SP
Contato:
(011) 970172525
http://www.psicologavilamariana.com.br
Email: paez.psicologa@gmail.com
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
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Estou convivendo com uma pessoa, que acredito eu tenha esse transtorno, estamos juntos a 4 anos, casados a 9 meses. estou no meu limite, nao tenho mais amigos nao posso fazer nada sem a permissão dela, tudo gira em torno doq ela acha q e certo e quais os proximos passos da nossa vida. Estou cansado me sentindo doente preciso de ajuda.
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Thiago, é muito importante que você busque o apoio psicológico para si mesmo, para que se fortaleça para lidar com essa situação da melhor forma. Se precisar de ajuda para encontrar profissionais próximos a você, mantemos nosso contato disponível: psicologiaacessivel@outlook.com
Abraços
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Excelente artigo, valeu por compartilhar aqui no blog.
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