Por: Elaine Vilioni
“Tudo estava indo perfeitamente bem. Nossos sonhos, nossos planos, nossa vida. Até que de repente o mundo virou de pernas para o ar, o chão saiu de nossos pés, tudo que parecia estar totalmente ao nosso controle, agora está intensamente descontrolado”.
É isso que muitas pessoas e famílias vivem e sentem frente a um diagnóstico inesperado. De uma doença crônica, de uma doença desconhecida, de uma síndrome, deficiência ou qualquer outra nova condição que venha nos surpreender. Ao planejarmos nossas vidas, não esperamos que possamos ser surpreendidos por um diagnóstico de um filho, da esposa, do marido ou de nós mesmos. E quando, de repente, isso nos acontece pode nos fazer sentir totalmente frágeis, inseguros, tristes e até sem esperanças diante do futuro. E agora, como poderemos viver assim? Tudo que sonhamos não se realizará? Teremos forças? Enfim, são vários os sentimentos e pensamentos que podemos vivenciar.
A situação é difícil para todos os envolvidos e demanda paciência, união, diálogo e muitas vezes a busca de ajuda para que a pessoa e sua família consigam encontrar caminhos saudáveis para enfrentar o diagnóstico que demanda mudanças e cuidados especiais. Além do tratamento clínico, o apoio de família e amigos, a fé ou a participação em grupos religiosos e a psicoterapia individual ou familiar podem ser muito importantes nesse momento, colaborando para a aceitação, enfrentamento da nova condição e criação de possibilidades saudáveis e transformadoras.
Apesar do sofrimento psíquico e desordem familiar que um diagnóstico pode causar na família, é sim possível que a família continue a se desenvolver com amor e alegria e que continue planejando, sonhando e realizando os seus objetivos, embora esses precisem ser revistos e muitas vezes modificados. De repente, você percebe: E agora? Se não posso mais ir para aquele lugar, devo ficar aqui ou para onde posso ir? Você precisa sim ficar “aqui” por um tempo, compreender a aceitar a nova condição pessoal e familiar, mas após isso pode ir para outros lugares e descobrir locais e principalmente caminhos incríveis. Os novos caminhos possíveis podem te proporcionar muitas experiências transformadoras e crescimento humano. Mas se caso nos negamos a experiencia-los podemos nos cristalizar na dor, na doença e na vida, o que pode nos fazer sentir em um beco sem saída, fracos e sem esperança.
Para que a família continue o seu desenvolvimento, em primeiro lugar precisa aceitar a situação instalada e todos juntos buscarem alternativas de enfrentamento, superação e construção de novos objetivos. Não será mais possível viver sem esse diagnóstico, mas é possível conviver com ele de forma mais tranquila e natural. Todos precisam mudar e se adequar às novas possibilidades. Precisam sair do lugar conhecido e seguro e se permitir conhecer outros lugares, habitar novos espaços e escolher o melhor local para pousar e até mesmo para onde se movimentar, atentando-se ao caminho e aos incríveis aprendizados. Isso é viver!
Imagem capa: Pinterest
Elaine Vilioni
CRP: 06/98137
Psicóloga no Canteiro – Centro de Psicologia, Estudos e Coletividades.
Graduada pelo Centro Universitário de Franca.
Terapeuta Familiar Sistêmica pelo Núcleo de Franca.
Psicodramatista em formação pelo Celeiro – Espaço Sociodramático de Franca.
Mestranda em Promoção de Saúde Mental pela EERP-USP.
Atende em Franca-SP.
Contatos:
elainevilioni@yahoo.com.br
Facebook.com/canteirocentrodepsicologia/
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