Por: Psicóloga Ane Caroline Janiro
Já parou para pensar no tipo de formação humana que oferecemos a um garoto quando repetimos a ele coisas como: “seja homem”, “isso é coisa de menina”, “homens não choram”, “você nem parece homem agindo assim”?
Ainda que na família, na escola ou outros ambientes, os homens estão habituados a discursos como este ao longo da infância e da adolescência e esse filme aborda os efeitos psicológicos que se formam quando eles aprendem que devem reprimir suas emoções em defesa da virilidade, já que nessas falas, o que se pretende ensinar é que demonstrar certas emoções seria uma prova de fragilidade.
Muitos homens, com isso, acabam experimentando até a chegada da fase adulta muitos conflitos internos, ansiedades e transtornos psicológicos – como a depressão. E já que são ensinados que demonstrar essas questões colocaria à prova a sua masculinidade, tem muito mais dificuldade em buscar ajuda. Ou seja, sofrem sozinhos, reprimem mais ainda emoções problemáticas que podem se agravar e até mesmo, por não saberem como lidar com esses sentimentos, acabam se utilizando da raiva, do estresse, da violência e intolerância como válvula de escape.
O filme frisa que pesquisas nos Estados Unidos mostram que os meninos tem maior chance de apresentarem distúrbios de comportamento do que as meninas e faz a relação com as causas citadas acima. Mas sabemos que essa não é uma realidade unicamente norte-americana.
É uma excelente reflexão para todos que convivem e participam da educação de meninos. Vamos pensar com mais cuidado no tipo de pessoas que estamos formando para a sociedade e na construção emocional desses futuros adultos.
“The Mask You Live In” (“A máscara em que você vive”, em tradução literal) é de 2015, tem direção de Jennifer Siebel Newsom e está disponível no Netflix.
Assista abaixo ao trailer legendado:
Imagem capa: Divulgação “The Mask You Live In”
Sobre a autora:
Ane Caroline Janiro – Psicóloga clínica, Fundadora e Administradora do Psicologia Acessível.
CRP: 06/119556
*Ao reproduzir este conteúdo, não se esqueça de citar as fontes.
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